quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O 15º

“Ser médica sempre foi o sonho da minha vida” pensei em abril, no primeiro surto de dúvida que tive sobre que profissão seguir. A vida inteira, repeti que iria fazer medicina, mas naquela semana, toda minha certeza tinha evaporado. Durante aqueles dias diversas paixões tomaram conta dos meus sonhos.
Culpa dos amigos. Sim, culpa deles, que ficavam colocando na minha cabeça que eu sou “humanas”. Humanas? Como posso? Não sei. Mas caí, e caí bonito na tentação de passar minha vida escrevendo textos simples. Escrever é uma paixão, daquelas bem malandras que gostam de me instigar às vezes. É tão danada que rouba a cena, como está fazendo agora, nessa metalinguagem sem fim.
“Medicina”, dizia meu coração. “Literatura”, dizia minha imaginação. Ambas com argumentos tão fortes para me convencer, tão seguras em seus “finais felizes”... Não tive escolha. Felicidade é instinto. Agarrei as duas com unhas e dentes, batalha duríssima. A vencedora? Eu. Que saí dessa história com uma paixão em cada manga e o sorriso mais feliz.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Memórias

Em homenagem as bolas de poeira que rondam este blog..

"Pode se passar meses, talvez ate anos, mas é só ouvir seu nome que esse amor reaparece como se nada tivesse mudado, para que dizer eu te amo, se você não esta por perto pra ouvir, pra que te sentir vivo aqui dentro se nem seu calor tenho mais pra me aquecer, como gostar de alguém tão presente dentro da gente e tão distante das mãos.

Às vezes sua falta parece uma ferida que não se cura, eu juro que tento te esquecer, que busco outra pessoa no seu lugar, mas de nada adianta, você esta sempre aqui dentro do meu peito, cravado na minha alma....

Eu queria te dizer tanta coisa mas por covardia me calei, tive medo de ouvir sua voz dizendo não da mais, de mais uma vez te ver indo embora e destruir um coração que já esta em pedaços...

A saudade é a pior companheira, caminha lado a lado, silenciosa e quieta, quando mais precisamos de um carinho, de uma palavra, nesses dias em que a solidão aperta e nem mesmo o céu estrelado, a lua radiante são capazes de amenizar a dor, eu imploro ao meu coração para que te esqueça, mas de nada adianta você ta feito tatuagem marcado em meu corpo, esta preso no meu passado, e nas minhas esperanças para o futuro, por que será que tem que ser assim, foi te perdendo que te encontrei aqui dentro, e agora não consigo te tirar da minha mente...

Sei que os anos conhecem as respostas, das perguntas que os dias sofrem por não te-las, mas sei também que esperar não é o bastante pra mim, não tenho o direito de culpar o destino ele fez sua parte, agora só me resta roubar as lembranças do passado e esperar que o tempo possa secar minhas lágrimas; passar os dias fingindo que posso te esquecer e a eternidade me culpando pela sua falta, sorrir quando na verdade queria estar chorando e me fazer de forte quando não existir mais forças, não posso mudar o passado, só tenho o presente nas mãos, tenho um coração esmagado pela saudade e um medo terrível de enxergar a verdade, tenho você cravado na alma e uma vontade enorme de gritar seu nome, pra quem sabe assim não me sentir tão sufocada.

Espero que o tempo realmente conheça as respostas e me faça entender os motivos...e faça também com que a saudade se transforme em lembranças, e termine com essa dor que cada dia mais me consome, me enlouquece e me tira o sono.

Que o tempo não demore de mais com as respostas... só Deus sabe o quanto é difícil esperar...."

Autor Desconhecido

Por Rafael

sábado, 1 de dezembro de 2007

Reflexos

Na falta de palavras
passo dias a fio, em total silêncio.
A reflexão mais profunda
de um ser tão superficial,
uma sucessão de incógnitas tão certas
que deixam dúvidas de sua existência.
E assim, sobre os meio-fios da vida,
me equilibro a fim de sobreviver nessa selva,
nasci e fui criado nesse clima de "o que será amanhã"
vivo seguindo impulsos,
até o dia que um deles me levar para um voo sem volta.

Por Rafael

sábado, 17 de novembro de 2007

O início

Abriram as cortinas para a grande estréia,
seria somente mais uma noite qualquer.
Mas não dessa vez,
pobre menino, achou que poderia viver sonhando,
sonhar escrevendo,
morrer tentando!
É só o início de mais uma vida sem contexto.
Serão palavras e idéias ao vento
versos de angustia,
lágrimas solitárias, decepção.
E só mais um menino que passa despercebido
por este mundo de provas,
que tenta a todo momento, derrubar,
nosso mais novo poeta.

Por Rafael

sábado, 10 de novembro de 2007

A vida em flores

Sonhei que sonhava,
acordei assustado! E agora,
durmo com medo, vivo de segredos.
Sombras do destino,
tive a audácia de pensar que poderia ser feliz.

Por Rafael

sábado, 27 de outubro de 2007

O manifesto

De tristes alegrias solitárias:

São dias e palavras,
em silêncio.
Sorrisos, lágrimas e a chuva,
tristes.
O manifesto das alegrias solitárias.
Da memória, as paixões,
do futuro, páginas em branco.
São dias e palavras,
ainda mais silenciosos.
Sorrisos, lágrimas e a chuva,
manifestos das tristes alegrias solitárias.

Por Rafael

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Balada do Enterrado Vivo

É simplesmente fúnebre, bizarro, genial. Só podia ser do poeta.

Por Amélia


Na mais medonha das trevas
Acabei de despertar
Soterrado sob um túmulo.
De nada chego a lembrar
Sinto meu corpo pesar
Como se fosse de chumbo.
Não posso me levantar
Debalde tentei clamar
Aos habitantes do mundo.
Tenho um minuto de vida
Em breve estará perdida
Quando eu quiser respirar.

Meu caixão me prende os braços.
Enorme, a tampa fechada
Roça-me quase a cabeça.
Se ao menos a escuridão
Não estivesse tão espessa!
Se eu conseguisse fincar
Os joelhos nessa tampa
E os sete palmos de terra
Do fundo à campa rasgar!
Se um som eu chegasse a ouvir
No oco deste caixão
Que não fosse esse soturno
Bater do meu coração!

Se eu conseguisse esticar
Os braços num repelão
Inda rasgassem-me a carne
Os ossos que restarão!
Se eu pudesse me virar
As omoplatas romper
Na fúria de uma evasão
Ou se eu pudesse sorrir
Ou de ódio me estrangular
E de outra morte morrer!

Mas só me resta esperar
Suster a respiração
Sentindo o sangue subir-me
Como a lava de um vulcão
Enquanto a terra me esmaga
O caixão me oprime os membros
A gravata me asfixia
E um lenço me cerra os dentes!
Não há como me mover
E este lenço desatar
Não há como desmanchar
O laço que os pés me prende!

Bate, bate, mão aflita
No fundo deste caixão
Marca a angústia dos segundos
Que sem ar se extinguirão!

Lutai, pés espavoridos
Presos num nó de cordão
Que acima, os homens passando
Não ouvem vossa aflição!
Raspa, cara enlouquecida
Contra a lenha da prisão
Pesando sobre teus olhos
Há sete palmos de chão!

Corre mente desvairada
Sem consolo e sem perdão
Que nem a prece te ocorre
À louca imaginação!
Busca o ar que se te finda
Na caverna do pulmão
O pouco que tens ainda
Te há de erguer na convulsão
Que romperá teu sepulcro
E os sete palmos de chão:
Não te restassem por cima
Setecentos de amplidão!

Por Vinicius de Moraes