sábado, 30 de junho de 2007

As sem-razões de amar você

Ausência me antecipa,
vejo aquele dia como poesia.
Eu descrevia cada letra,
sem razões de amar você.
Nos cantos do mundo
ouvi o rumor dos seus passos.
As pegadas deixaram rastros distantes
O tempo passava
e com ele a distância.
Você,
cada vez mais perto.
O mundo que dê duas voltas
e espere.
Você é mais importante.

Por Rafael

terça-feira, 26 de junho de 2007

O 5º

As milhares de sensações se revelam de uma só maneira:
Um sorriso inconsciente.

Por Amélia

domingo, 24 de junho de 2007

Lágrimas do Céu

Deitada na calçada imunda, em um estado de transe quase sobrenatural, Sofia permanecia imóvel a praticamente qualquer estímulo. Como um cão, um bicho, ela já não possuía nenhuma noção real do que se passava ao seu redor e sua mente conhecia, agora, somente o mais primitivo dos sentimentos: a dor. Nada além disso era notório, nada além disso era significativo... estava presa às suas próprias lágrimas e às suas próprias alucinações.
Como se sensibilizado pelo estado deplorável da menina, até mesmo o céu começou a chorar. Contudo, parecia que nem mesmo as gotas frias de dor que caíam do alto sobre ela eram capazes de tirá-la de seu torpor. Elas, lentamente, caíam pelo seu rosto e se misturavam às suas próprias lágrimas; lavavam as manchas roxas em seu braço; tiravam o seu sangue que havia na seringa.
E, por não se sabe quanto tempo, ali Sofia se manteve. Estática, pálida, inerte, ela parecia esperar pelo socorro de alguém que não aparecia. Para si mesma e para os outros, ela não passava de uma sombra, um fantasma, algo incômodo com o qual somente os ratos conseguem lidar.
Entretanto, para o alívio de Sofia e daqueles que ouviam os seus gritos, pouco a pouco, a ajuda começou a aparecer. Vinda com as lágrimas do céu, ela lavava com a aguá fria os gritos de dor, a agonia imóvel, o choro sofrido. Até mesmo as gotas gélidas que vinham do alto começaram a se tornar menos intensas. E, então, a dor, por fim, cessou.
Sofia ali mesmo se manteve. Estática, pálida, inerte.

terça-feira, 19 de junho de 2007

O 4º

... Depois é sua mãozinha
Que abraça-me num simples tocar
Aquece, Protege
Para depois abandonar...

Eram apenas gestos
e meias palavras ...

Por Amélia

sábado, 16 de junho de 2007

Historias de uma vida sem fim

O João,
Mas porque mares tão distantes?
Além da sua própria capacidade de amar.
Caí nessa vida amigo,
viagem sem volta.
Leva contigo sua amada,
cante os versos ainda nem escritos.
Amigo,
porque tão longe?
Vida sofrida,
não vejo saída.
Ainda que me reste poesia,
meus sonhos acabaram.
Vira essa página,
tente de novo,
novos versos, nova vida.
Nada me resta,
nem mesmo o tempo.
Me molho na chuva,
são lágrimas perdidas.
Não conte este conto amigo,
não há nada perdido.
Perdido não há,
o que meu nunca foi.
Desculpe as palavras,
culpe meus traços.
É agora a minha despedida,
apago hoje meu último sonho,
você amigo.

Por Rafael

terça-feira, 12 de junho de 2007

Saudade

"Hoje, dia dos namorados, um dia inspirador... mas não me inspirou... Então deixo vocês com meu mestre, uma delicia chamada Mario Quintana. Feliz dia dos Namorados para todos!"


Na solidão na penumbra do amanhecer.
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.

Via você no ontem , no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento.

Que saudade...

domingo, 10 de junho de 2007

Quando

Derek fala:
"Bom, esse é um texto bem antigo meu, com mais de 1 ano, mas com o qual eu ainda me identifico bastante. Não é, nem de perto, algo parecido com as outras coisas que eu já postei aqui no blog, o que se deve, principalmente, fato de que ele foi escrito em um período bem diferente do que o que eu estou vivendo agora. Contudo, ainda é uma parte de mim, como toda a minha vida sempre vai ser.
Espero que gostem!"

Quando

Quando perco o poder de viver
é para os sonhos que me volto
Quando perco o poder de mudar
é na vontade que me sustento
Quando perco o poder de sentir
é do desejo que me valho

Quando deixo de ser
é em todos q me torno
Quando deixo de ter
é o tudo que ganho

Quando quero fingir ser feliz
é para o meu mundo que fujo.

Por Derek

sábado, 9 de junho de 2007

Carta a um rival

Caro rival,
Bom dia!
Dizem ser impossível
dialogo entre trilhos de trem
mas somos paralelos
que o destino encontra frequente.
Te dou um conselho
para que não facilite o meu trabalho.
É importante!
Resistência aos meus versos irônicos
para todo o sempre.
Coloque as suas mãos dentro dos bolsos,
não tente jamais apagar meus sorrisos.
Espero que desempenhe bem o seu papel,
e se por acaso os fatos não ocorrerem
como o seu desejo te cobra a todo momento,
não se desespere, insista até o fim.
Se em algum tempo você perceber que a sua luta é inútil,
não se entregue,
culpe o destino.
Meus sinceros votos de felicidade.

Por Rafael

terça-feira, 5 de junho de 2007

O 3º

Hoje perguntei ao meu coração se essa aflição se chamava Amor. Ele respondeu que sim, óbvio, e ainda acelerou como se brigasse comigo! Coração autoritário esse meu! Dominou minha razão e ainda disse: “Deixa de ser boba!”.


Por Amélia

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Seja mais

Não existe palavra,
nem filosofia
que salve.
Aprenda a ler o teor do texto,
se atenha as palavras apenas
e aceite a carga de inutilidade que o prende.
Veja cores, pense poesia
alcance o reflexo de uma sinfonia.
Pense grande,
Alias, não pense
Sonhe!
Admita a infinidade da alma,
voe a lugares inexistentes
aprenda a conquistar.
Aprofunde lagrimas
para ver o sentido da vida,
ganhe sorrisos e
retribua olhares.
Ainda após
não esqueça,
eu te amo.


Dedicado a um momento, uma vida!


Por Rafael

domingo, 3 de junho de 2007

Cor

Derek fala:
"Bom, não tenho muito o que falar a respeito deste texto, somente que dedico isso a uma amiga muito especial que está fazendo aniversário hoje.
Pow, eh isso... espero que gostem!"

A chuva já se prenunciava e, cada vez mais, as pessoas nas ruas alongavam seus passos, indo para suas casas ou procurando um lugar para se abrigar. E, no meio deste mar revolto de homens e carros, eu me perdia em meus próprios pensamentos e me entorpecia com minhas próprias mágoas. Meu futuro, agora, não era diferente de uma das incertas gotas da tempestade que se seguia, que se punham a total mercê da vontade do vento.
Foi então que a chuva começou a cair. Aproximei-me, quase inconscientemente, de uma das sacadas, para me proteger da dela, enquanto a maioria dos passantes a minha volta corria ou abria guarda-chuvas. Em meio a todo este caos, senti, então, uma pequena mão puxar, delicadamente, a barra de minha calça.
Sobre meu jeans claro, aquela mãozinha morena e suja se destacava de maneira antagônica e injusta. A dona desta era uma pequena menina que não devia possuir muito mais que seis ou sete anos. Ela tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo e vestia um moletom, sujo e encardido, muito maior do que realmente devia ser. Porém, mesmo mal cuidada, era linda, com feições delicadas, olhos puxados e pele cor de jambo.
Tinha na mão livre rosas vermelhas como sangue e, ao seu lado, havia um pequeno balde onde ela punha o dinheiro que recebia. As rosas e seu sorriso claro fizeram dela um pequeno ponto de luz em meio ao dia cinzento e àquelas pessoas sem rosto.
– Quer um rosa, senhor? - disse ela.
– Eu adoraria. Ainda mais vinda de uma menina linda como você. - falei, enquanto tentando disfarçar toda a tristeza e desesperança que me perseguiam aquele dia. - Quanto custam?
– Uma por um e três por dois.
– E se eu levar quatro rosas, quanto vai sair? - perguntei brincado com ela.
– Ah, não sei, senhor. Minha mãe só me disse isso. - respondeu, enquanto virava o olhar em direção aos pés, como uma demonstração de vergonha.
– Veja-me uma rosa, então. Mas quero a mais bonita que você escolher!
Nesse momento, seu rosto se levantou rapidamente com um imenso sorriso estampado nele, como se aquilo representasse um grande presente para ela e, sem pensar duas vezes, escolheu aquela que, para ela, era a mais bonita rosa que tinha.
Entreguei-lhe uma nota de cinco reais, dizendo a ela que, se era a rosa mais bonita, era, então, mais cara. Por um instante a menina pensou se aquilo era certo, mas logo aceitou, com uma grande expressão de alegria e pôs a nota junto as demais no balde ao seu lado. Com suas mãos sujas e tão pequenas e delicadas, me entregou a flor vermelha como sangue e macia como veludo.
- Qual o seu nome? - indaguei eu, enquanto pegava a rosa que ela segurava.
- Sofia, senhor. Me chamo Sofia. - respondeu ela, com uma pequeno ar interrogativo em seu rosto.
- Essa rosa é um presente, Sofia. Meu para você. Gostou? - Abri um sorriso, o primeiro daquele dia. Toda a alegria da menina parecia ter me contagiado, e não conseguia fingir não estar bem ao seu lado.
O sorriso dela se tornou mais profundo, e parecia não acreditar naquilo. Agarrou a rosa e, em um ato absolutamente impulsivo e verdadeiro, pos as demais que segurava no balde ao seu lado e abraçou-me.
Nunca mais esquecerei isso. Aquela menina e aquele abraço mudaram meu dia, fizeram dele um painel menos cinza e, de mim, homem com mais cor.

Por Derek

O começo do fim

Minha poesia já não pode ser ouvida,
meus versos não fazem mais sentido.
Me calo
as minhas palavras não me traduzem,
não me servem.
Meus sonhos perdem o sentido
Peço que volte, que fique.
Cada dia
uma nova surpresa,
cada surpresa
uma decepção.
Cada segundo pareço estar mais perto do fim,
talvez agora seja o fim.

Por Rafael

sábado, 2 de junho de 2007

Memórias de uma palavra

Neste papel,
agora molhado de lágrimas.
Já passaram rimas de amor,
passaram dias tristes,
dias felizes.
Mas nada como você,
que inspira
Suspiro!
Cada noite,
um verso.
Cada sorriso,
um olhar.
Quando as palavras se vão,
o poeta se perde
de encantos, amores.


Dedicado a uma menina linda que ilumina os meus sábados.


Por Rafael