Derek fala:
"Bom, não tenho muito o que falar a respeito deste texto, somente que dedico isso a uma amiga muito especial que está fazendo aniversário hoje.
Pow, eh isso... espero que gostem!"
A chuva já se prenunciava e, cada vez mais, as pessoas nas ruas alongavam seus passos, indo para suas casas ou procurando um lugar para se abrigar. E, no meio deste mar revolto de homens e carros, eu me perdia em meus próprios pensamentos e me entorpecia com minhas próprias mágoas. Meu futuro, agora, não era diferente de uma das incertas gotas da tempestade que se seguia, que se punham a total mercê da vontade do vento.
Foi então que a chuva começou a cair. Aproximei-me, quase inconscientemente, de uma das sacadas, para me proteger da dela, enquanto a maioria dos passantes a minha volta corria ou abria guarda-chuvas. Em meio a todo este caos, senti, então, uma pequena mão puxar, delicadamente, a barra de minha calça.
Sobre meu jeans claro, aquela mãozinha morena e suja se destacava de maneira antagônica e injusta. A dona desta era uma pequena menina que não devia possuir muito mais que seis ou sete anos. Ela tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo e vestia um moletom, sujo e encardido, muito maior do que realmente devia ser. Porém, mesmo mal cuidada, era linda, com feições delicadas, olhos puxados e pele cor de jambo.
Tinha na mão livre rosas vermelhas como sangue e, ao seu lado, havia um pequeno balde onde ela punha o dinheiro que recebia. As rosas e seu sorriso claro fizeram dela um pequeno ponto de luz em meio ao dia cinzento e àquelas pessoas sem rosto.
– Quer um rosa, senhor? - disse ela.
– Eu adoraria. Ainda mais vinda de uma menina linda como você. - falei, enquanto tentando disfarçar toda a tristeza e desesperança que me perseguiam aquele dia. - Quanto custam?
– Uma por um e três por dois.
– E se eu levar quatro rosas, quanto vai sair? - perguntei brincado com ela.
– Ah, não sei, senhor. Minha mãe só me disse isso. - respondeu, enquanto virava o olhar em direção aos pés, como uma demonstração de vergonha.
– Veja-me uma rosa, então. Mas quero a mais bonita que você escolher!
Nesse momento, seu rosto se levantou rapidamente com um imenso sorriso estampado nele, como se aquilo representasse um grande presente para ela e, sem pensar duas vezes, escolheu aquela que, para ela, era a mais bonita rosa que tinha.
Entreguei-lhe uma nota de cinco reais, dizendo a ela que, se era a rosa mais bonita, era, então, mais cara. Por um instante a menina pensou se aquilo era certo, mas logo aceitou, com uma grande expressão de alegria e pôs a nota junto as demais no balde ao seu lado. Com suas mãos sujas e tão pequenas e delicadas, me entregou a flor vermelha como sangue e macia como veludo.
- Qual o seu nome? - indaguei eu, enquanto pegava a rosa que ela segurava.
- Sofia, senhor. Me chamo Sofia. - respondeu ela, com uma pequeno ar interrogativo em seu rosto.
- Essa rosa é um presente, Sofia. Meu para você. Gostou? - Abri um sorriso, o primeiro daquele dia. Toda a alegria da menina parecia ter me contagiado, e não conseguia fingir não estar bem ao seu lado.
O sorriso dela se tornou mais profundo, e parecia não acreditar naquilo. Agarrou a rosa e, em um ato absolutamente impulsivo e verdadeiro, pos as demais que segurava no balde ao seu lado e abraçou-me.
Nunca mais esquecerei isso. Aquela menina e aquele abraço mudaram meu dia, fizeram dele um painel menos cinza e, de mim, homem com mais cor.
Por Derek
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9 comentários:
Cara, como eu te disse o seu texto tem um algo por trás que o diferencia, não é só uma narrativa comum. Gostei da maneira simples e clara que o texto ficou. Exelente, muito bom mesmo, elevando o nível do blog. Abraço
Puxa, bem, primeiramente eu gostaria de parabenizar a todos os que participam deste blog, afinal todos os textos aqui postados, apesar de suas diferenças, são, a seu próprio modo, fantásticos. Queria conhecer a todos.
Continuando eu gostaria de babar em pouco... já foi falado, durante um post de apresentação, sobre algumas qualidades do derek, e como ele é como um irmão e tudo. Pois bem, pra mim ele é realmente parte da família. Eu o considero infinitamente assim como considero sua sensibilidade. Ele se envergonhou qnd eu disse q amava-o, mas n ve-jo como n faze-lo... cuidem bem do derek ai... esse texto foi o melhor presente q eu poderia ganhar..
continuem com o bom trabalho e me desculpem pelo comentário imenso. bjs a todos
Derek,
Está simplesmente FANTASTICO!
Meu Deeeus! Muito bom!!
O.O
caraca derek...esse me emocionou...de verdade cara.
impressionante,consegui imaginar td,d+ msm,o melhor de tds os seus.
SIMPLESMENTE EMOCIONANTE!
Derek meu amigo, a espera foi merecedora, pois seu texto está sem precedentes. Construção de alta qualidade, bela escolha de palavras. Gostaria ainda de destacar o fato de seus personagens ganharem vida em seus textos, não são apenas parte daquilo, eles são o texto. Estou no aguardo para os próximos textos. Forte abraço
;)
hahahah
Derek, o seu texto ficou realmente bonito cara, sensivel e doce. A sensação q vc quis passar era muito boa desse dia de chuva e o isolamento q isso traz e como isso pode ser quebrado por uma simples demonstração de carinho. Vai ai uma opinião q é minha (portanto é o meu conceito, naum precisa ser o seu): Cuidado apenas com a escolha das palavas, as vezes vc usa umas palavras q soam tão eruditas e definitivamente naum são necessarias ao texto para da-lo qualidade: A tematica jah é otima!!. Sem falar q no modernismo mais vale um ´´me da um cigarro´´ do q ´´da-me um cigarro´´, espero q vc tenha feito a associação correta do q eu acabei de dizer e de quem eu tirei essa frase.... ;D
Abraçãooo cara, e continua escrevendo, tah cada vez melhor, melhor e melhor!!!
PS: Depois desse texto, acho q vc tb é um homem com mais cor.
um
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